Trazem um grande mistério. Nunca sabemos o que vai acontecer, quem vamos atender, como vai proceder uma sessão de psicoterapia. Não há um script, há pessoas, cada uma com sua individualidade. Pessoas que não se conhecem, porém, juntas, com o tempo,podem transformar vidas. Eu disse: VIDAS! Claro, é evidente que o profissional também se transforma a cada sessão, pois aprende muito com cada um que ali se faz presente, geralmente, semanalmente. As crianças que atendo então, são meus mestres. Quanta energia, sabedoria e disposição!!! É maravilhoso observar o progresso que elas apresentam e, dentro de suas condições, passam a respeitar e negocias regras, argumentam, crescem!!! Acolher os pais, muitas vezes angustiados, carregando certa culpa por acreditarem falhar na educação, exige cautela, mas, juntos, temos construído e desconstruído estigmas, auxiliando os pais a aceitarem seu estilo "ser pai", bem como as mães, seu estilo próprio de ser mãe, afinal, ouvimos tantas coisas por aí dizendo o que pais e mães deevm ou ñão fazer que, certa apreensão acaba sendo aceitável. Ah, e não podemos esquecer que os filhos também tem estilo próprio de ser quem são, de ser a criança que são. O que acontece é que as comparações muitas vezes atrapalham e nos impedem de perceber quem está à nossa frente, quem é essa criança, o que ela diz com seu atos, ou até mesmo com o seu silêncio. Acreditar na criança que nos cerca é um grande passo, aliás, não é só porque ela nasceu recentemente que não é uma PESSOA, e desde o nascimento já possui humanidade, sentimentos, emoções e personalidade própria. Então, durante os atendimentos psicológicos infantis, também não sei o que vai acontecer entre eu e elas. Elas criam, recriam, exploram o espaço e os materiais, adquirem mais segurança em ser quem são conforme são contornadas e afirmadas por mim e outros colegas psicoterapeutas, intensificam seu desenvolvimento e a autonomia acontece. Cuidando das crianças, estamos prevenindo somatizações de doenças emocionais, e possibilitando adultos mais saudáveis.Um abraço a todos,
Luciana Moreira Gonçalves.
Nenhum comentário:
Postar um comentário