segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Contando um pouco mais da vida de um Psicólogo Clínico....

Bom, pessoal, a vida de um Psicólogo Clínico talvez seja um pouco diferenciada em relação à outras profissões. Quer dizer, talvez sim, talvez não. E, de repente, essa seja a grande questão na Psicologia Clínica. Será que quero MESMO prosseguir nessa caminhada? Muitos não tem certeza, alguns chegam a tentar, e outros já partem para outros caminhos. A Psicologia dá condições de trabalho em diversas áreas e hoje não consideramos Psicologia Clínica só aquela realizada em consultório: é possível trabalhar com Psicologia Clínica em outros locais, até mesmo em hospitais, escolas, e tantos outros. Mas o que quero discutir aqui é o percurso de um Psicólogo Clínico. Primeiro que esse percurso não acaba, pois um bom profissional nesta área que estou, além da Psicoterapia ou Psicanálise para lidar com suas questões, é necessário realizar supervisão dos casos clínicos. Como o próprio nome diz, é uma "super-visão", um olhar mais amplo, com outro profissional mais experiente, e até mesmo com outros colegas, já que a mesma pode ser individual ou em grupo. Além disso, também é indicado participar de grupos de estudos, formação. Tudo isso (terapia + supervisão + grupo de estudos/formação), tem um investimento, tem um custo, demanda tempo e estudo e, nem sempre, o retorno é imediato. Em outras áreas pode ser que o retorno seja mais breve, e talvez por isso muitos graduados em Psicologia desistem de exercer a carreira clínica. O que eu posso dizer é que, durante a faculdade, temos uma expectativa com a formatura, como se ela fosse um divisor de águas e que, ao atravessarmos, tudo mudaria, da noite para o dia, afinal, com CRP na mão, não haveriam desafios. Enfim, a faculdade acaba SIM, é mesmo um divisor de águas, mas as provas, a presença e a dedicaçã devem permanecer para sempre em nossa prática profissional. Hoje, por exemplo, comecei a atender as 7:45, mas antes disso, durante a semana, eu já estava estudando, lendo, preparando materiais para os atendimentos de hoje. Esses materiais são diversos, pois como trabalho com Ludoterapia e Arteterapia, utilizo barbante, tinta, papéis, sucatas, enfim, o que for necessário e estiver mais de acordo com o cliente. Após meus atendimentos do dia, eu fui para minha terapia. Eu sempre achei que terapia devia ser disciplina nas graduações de Psicologia, pois não consigo imaginar como uma pessoa vá cursar aquilo que ela nunca viu funcionar e, acreditem, MUITOS PSICÓLOGOS não fazem terapia. Agora, se não há investimento pessoal e, convenhamos, nós somos nosso instrumento de trabalho, como queremos que nosso consultório "encha"? Será que estamos prontos pra tanta demanda? A procura por nosso trabalho depende essencialmente do preparo que temos, do quanto podemos acolher com qualidade aqueles que nos buscam. Pense nisso! O que você espera de um Psicólogo? E nós, profissionais, o que podemos oferecer a quem nos escolhe? Vou encerrar o papo de hoje com essa reflexão e, aos poucos, juntos vamos construindo o Cantinho de LuPsi.





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